domingo, 5 de fevereiro de 2012

Post 1: Filme Ó paí ó


Gênero: Comédia
Duração: 98 min
Origem: Brasil
Estréia – Brasil: 30 de Março de 2007
Direção e Roteiro: Monique Gardenberg
Produção: Augusto Casé, Paula Lavigne, Sara Silveira
Globo Filmes






Ó PAÍ Ó é um filme que retrata fatos reais do povo e da cultura baiana, fato esses que muitas vezes são acobertados por pessoas que não tem ou não querem ter nenhum tipo de compromisso com a realidade. Com essa proposta Monique Gardenberg nos apresenta  Ó pai ó, divertida comedia com Lazaro Ramos, Wagner Moura, Dirá Pais e Stênio Garcia .
O filme não segue apenas uma linha narrativa, mas fragmenta em historias de pessoas no ultimo dia de carnaval no pelourinho, tradicional ponto turista baiano, onde moram diversos "tipos" de Salvador. Caricaturas e clichês cinematográficos não são as melhores opções de marketing para mostrar o que a Bahia possui.
A ação se passa num cortiço onde moram Rock o mecânico fogoso que aspira ser cantor passando pela baiana do acarajé, a religiosa que vê no carnaval uma manifestação do diabo, a mau falada, a parteira, entre outros. O carnaval para os ricos, o candomblé, greve dos professores, guias turísticos, a violência das ruas, o fato dos gringos curtirem bunda e a americanização da linguagem do povo para poder receber os estrangeiros.
A frase dita por Daniela Mercury "Para o Nordeste o Brasil vira as costas", quer evidenciar a negligencia sofrida pelos nordestinos, uma região esquecida, quase separatista como diz Elba Ramalho na musica ‘Nordeste independente’, se essa região se emancipasse todos ganhariam. O Brasil ia ter de importar do nordeste algodão, cana, caju, carnaúba, laranja, babaçu, abacaxi, o arroz, o petróleo, a cebola, a aguardente e o sal de cozinhar. Precisa de mais?
Além de destacar o preconceito regional e a cultura baiana o filme abre os nossos olhos a prostituição nas ruas do pelourinho e ao preconceito racial ‘oculto’ que existe no País e vergonhosamente presente até mesmo na Bahia, estado com maior número de negros do Brasil, como é representado na cena a cima. Também é um protesto contra o processo de reestruturação da arquitetura do pelourinho, promovido por Antônio Carlos Magalhães que expulsou os moradores para restaurá-lo, como diz a resenha do site oficial: “O filme faz uma rasura na superfície de uma reordenação urbanística do Pelourinho que violentou territorialidades negras em tentativas vãs de embranquecimento cultural e de desafricanização dos espaços públicos de Salvador.
A graça reside no dialeto próprio dos baianos que resulta em tiradas rápidas e engraçadas, trazendo todas essas situações para o lado da comédia – usando disso um artifício para camuflá-la, e que, aliás, os baianos sabem bem como fazer.


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